[Notícia] Os Cavaleiros do Zodíaco (o clássico!) retorna para as nossas Bancas

Os Cavaleiros do Zodíaco (o clássico!) retorna para as nossas bancas –
com todos os seus erros e acertos
Nova edição da JBC traz Seiya e seus amigos de volta para uma nova geração de leitores, mas mantém os mesmos problemas e soluções do criador,
Masami Kurumada, além de uma tradução contestável




Os Cavaleiros do Zodíaco não é só um dos principais sucessos da história da TV brasileira. É, também, um dos maiores sucessos do mercado editorial brasileiro. Tudo bem, o mangá original só chegou aqui sete anos depois do animê, mas, de 2000 para cá, foi um sucesso só. Mais de 12 anos depois, nossas bancas ainda trazem HQs derivadas deste universo que, a partir deste mês, ganho um velho companheiro: o mangá original. Sim, mesmo amigos. Dêem boas vindas à Cavaleiros do Zodíaco – Saint Seiya Vol.1 (JBC, 184 páginas, R$ 10,90)

Para ser mais exato, até então tínhamos em publicação por aqui dois mangás do universo criado por Masami Kurumada: Os Cavaleiros do Zodíaco: Lost Canvas – A Saga de Hades, que também é publicada pela JBC; e Cavaleiros do Zodíaco – Episódio G, que sai pela Conrad. Esta última editora, aliás, foi aquela responsável pelas duas vezes que a série clássica apareceu no Brasil. A primeira vez foi entre 2000 e 2004 e a segunda começou logo em seguida, com o mesmíssimo material, e foi até 2005.

E não foi só a editora que mudou. Ok, a história ainda é a mesma, mas a “versão brasileira” tem novas características. A primeira que é percebida é o formato – foi abandonado a “adaptação nacional”, que resultou antes em 48 edições para a saga, em troca do que foi feito na versão encadernada japoesa – ou nos tankõbon, como eles chamam as compilações em forma de brochura. A capa também é uma variação da usada no encadernado japonês.

Outra mudança perceptível é a tradução. E essa não é muito positiva. Na versão da Conrad ficava clara a intenção de ser uma tradução fiel ao material original, sem se deixar levar pelo que foi feito na dublagem do animê – que, na época, ainda estava apenas em sua primeira dublagem, feita a partir da versão mexicana e cheia de falhas justamente na tradução. As notas de rodapé eram fartas as traduções dos golpes eram exatas. Agora, por exemplo, preferiram colocar no bolão “Me dê sua força Pégasus” ao invés do que Seiya realmente está gritando (“Meteoro de Pégaso”), além de criarem uma palavra que não existe em língua alguma. Ou usam “Pégaso”, como existe no português e está na nova dublagem do animê, ou “Pegasus”, o nome da constelação e o que estava na dublagem original.

Ok, ao menos há uma nota de rodapé indicando o golpe real. Mas ela só aparece na primeira vez que o golpe é desferido…

Pode parecer preciosismo exagerado, mas é importante manter uma tradução fiel ao original, sem tentar conquistar o público que viu o animê na TV. Afinal, trazer o mangá ao Brasil é nada menos que uma oportunidade de mostrar aos leitores qual foi a real visão de Masami Kuruma para os Cavaleiros, que foi muito modificada durante as primeiras fases da série animada. Além disso, pode irritar os leitores mais experientes, que, como você sabe, podem se irritar fácil e abandonar o material de banca – afinal, tá tudo por aí, na internet.

Além disso, este retorno de Cavaleiros do Zodíaco traz toda aquela qualidade da JBC que conhecemos: papel do miolo medíocre (para não dizer ruim, mas aí seria dizer que 90% dos mangás tem papel ruim) e acabamento sem muito cuidado.

Sobre o mangá em si, bom… O que se pode garantir é nada mudou. Ainda continua tudo lá, incluindo as falhas. Kurumada não aprendeu anatomia e redesenhou as histórias, ou melhorou a representação das batalhas. Sim, o Seiya continua chato e tudo mais.

Porém, os pontos positivos ainda estão presentes, incluindo toda aquela mistura de cultura grega clássica com os costumes e influências orientais, algo que só o Japão poderia produzir e conquistou todo mundo. Ninguém também enxertou as enrolações do animê e continuamos tendo uma história mais coesa que, mesmo com seus exageros, é fácil de entender e cativante.

Enfim, em todas suas falhas e acertos, é um dos maiores sucessos dos mangás que retorna para as nossas bancas. Quem (ainda) não leu, deve ler. Pena que não é mais aquela versão da Conrad…

Lehefir escreveu:Foda é que a Conad já lançou e depois de um tmepo relançou esta coleção... Poderiam ter investido em algo novo...

m4rc3low escreveu:

Lehefir escreveu:Foda é que a Conad já lançou e depois de um tmepo relançou esta coleção... Poderiam ter investido em algo novo...

A coleção completa já foi relançada???? Eu nem sabia disso.
Então essa vai ser a minha terceira oportunidade de comprar esses Mangás!