[Review] SH FiguArts Kamen Rider Nº 1 & SH FiguArts EX Cyclone by Usys 222

Kamen Rider é sem sombra de dúvida um dos super heróis japoneses mais conhecidos no mundo, junto com o Ultraman. O seriado estreou em 1971 e gerou uma franquia que dura até hoje, quarenta anos depois do lançamento. Takeshi Hongo era um jovem cientista e motociclista com excelente condicionamento físico e grande inteligência com QI 600. Um dia ele foi raptado pela misteriosa organização Shocker e foi submetido a uma cirurgia reconstrutiva para se tornar um ciborgue com os poderes de um gafanhoto e servir como comandante de campo para as operações de dominação mundial. No entanto, Hongo é salvo por seu mestre, o Dr. Midorikawa, antes que fosse feita a lavagem cerebral que o transformaria em um soldado do Shocker e passou a lutar contra a organização do mal assumindo o nome de Kamen Rider.

Mais tarde ele descobre que quem o entregou a Shocker foi o próprio Dr. Midorikawa, que se arrependeu de seus atos e o ajudou a escapar. O doutor então é morto como traidor pelo primeiro oponente do Kamen Rider: o monstro Kumo Otoko (algo como "Homem Aranha"; e sim, ele também enfrenta um Koumori Otoko ou "Homem Morcego" no segundo capítulo). Kamen Rider vence seu oponente, porém acaba sendo acusado pela morte do Dr. Midorikawa por Rumi, filha do cientista, que presenciou a discussão entre os dois.

Obs: Quem se lembra do primeiro capítulo do Kamen Rider Black vai notar um monte de semelhanças no roteiro. Aparentemente isso foi intencional.

O seriado começou com um projeto de Tooru Hirayama, famoso produtor da Toei, responsável por sucessos como o Robô Gigante. O projeto, chamado de "Maskman K", trataria da história de um herói mascarado que luta contra uma organização secreta que planeja dominar o mundo. A idéia de um herói mascarado veio de outro sucesso da Toei, o desenho animado Tiger Mask que conta a história de um lutador mascarado de luta livre que se rebela contra seus empresários que o forçavam a trapacear. Esse projeto foi refinado pela equipe de Hirayama, que contava com o grande mestre desenhista Shotaro Ishimori (mais tarde conhecido como Ishinomori), que originalmente cuidaria da versão em quadrinhos do personagem. Ishimori então reformulou o personagem várias vezes até chegar no resultado final: o Kamen Rider. Tudo isso foi um processo longo e penoso, com várias reuniões e discussões entre a equipe de criação e os executivos da Toei, sendo que muitas pessoas deram as idéias para a construção do personagem.

O seriado foi revolucionário para a época e trouxe vários elementos que influenciaram os seriados de super heróis subseqüentes, apresentando lutas acrobáticas. E diferente dos monstros do Ultraman, que eram gigantes, os inimigos do Kamen Rider tinham o mesmo tamanho de um ser humano, o que permitiria que eles pudessem ficar à espreita, infiltrados na sociedade, gerando um tipo diferente de terror, mais paranóico. Ainda, os monstros de Shocker eram feitos usando as mesmas tecnologias do Kamen Rider, o que fazia com que ele fosse tão inumano quanto seus inimigos, o que o forçava a manter certa distância da humanidade, criando a imagem de um herói solitário. O fato do Kamen Rider ter perdido a sua humanidade e mesmo assim lutar contra o mal se tornou regra até a reformulação em Kamen Rider Kuuga no ano 2000, na qual os Riders não eram mais ciborgues. Mesmo assim, todos esses elementos continuam presentes de uma forma ou de outra nos seriados de Kamen Rider de agora.

A série teve uma longa duração com 98 episódios semanais e a franquia já atingiu o milésimo episódio exibido recentemente em Kamen Rider OOO.

Originalmente, o herói deveria se chamar apenas Kamen Rider (mais ou menos como o primeiro Ultraman é simplesmente chamado de "Ultraman"). O ator principal, Hiroshi Fujioka, (assim com vírgula mesmo, uma das excentricidades do ator), usava a fantasia do super herói e fazia as cenas de ação sem dublês. No entanto, Fujioka acabou sofrendo um acidente durante as filmagens e teve de ser afastado. Para que o seriado continuasse, foi chamado às pressas um outro ator que seria um "Kamen Rider substituto" até que o primeiro retornasse. Daí, os dois Kamen Riders passaram a lutar juntos e para distinguir um do outro, foram criadas as denominações 一号 ("ichi-gô" ou "Nº 1") e　二号 ("ni-gô" ou "Nº 2"). Os dois também tinham estilos de luta bem diferentes. Enquanto o Nº 2 usava mais a força, o Nº 1 usava mais a técnica.

Curiosidade: Um dos maiores amigos do Kamen Rider foi Toubee Tachibana, chefe da equipe de motociclismo de Hongo e carinhosamente chamado de "Oyassan" (algo como "tiozão"). Ele sabia da verdadeira identidade do Kamen Rider e era ele quem fornecia equipamentos , apoio e administrava rigorosos treinamentos ao herói para que ele desenvolvesse novas técnicas para derrotar seus inimigos. Tachibana era interpretado por Akiji Kobayashi, falecido em 1996 e que também interpretou o Capitão Muramatsu da Patrulha Científica em Ultraman. Ou seja, Kobayashi foi o chefe do Kamen Rider e do Ultraman.

O conteúdo da caixa. O Kamen Rider basicamente lutava sem armas, mas este modelo vem com acessórios extras.



Visão de corpo inteiro. A proporção e a modelagem são bem fieis ao original, em uma instância mais próxima a da linha Ultra Act.




"Close" do rosto. A máscara é modelada com esmero, com o "O-Signal" (o "terceiro olho") e tem até os visores em lente escura por onde o ator olha debaixo dos olhos insectóides. As antenas são de material rígido e devem ser manuseadas com cuidado para não quebrar.




A placa peitoral, a Converter Lung, tem pintura fosca e tem uma articulação que permite que o modelo possa se curvar para trás.




O cinto de transformação o Typhoon. Um cinto como esse é ítem obrigatório em todos os Kamen Riders, mais ou menos como a Luz de Aviso no Ultraman. Isso é uma das influências de um dos elementos constitutivos do Kamen Rider: a luta livre, na qual os campeões ostentam cintos como troféus. O Kamen Rider acumula energia do vento em seu cinto de transformação, que gera um enorme poder e permite que ele enfrente os mais terríveis inimigos. A modelagem do cinto é soberba, inclusive com o fecho na parte de trás. Dentro podemos ver uma hélice por onde entraria o vento.





A modelagem da roupa é incrível com várias rugas e zíperes, bem fiel ao traje usado nas filmagens e diferente do estilo mais "limpo" dos Riders de agora.





No total a figura é bem articulada.




Um ponto fraco seria a articulação do ombro, que não é muito extensível, o que limita algumas poses.




Por outro lado, as coxas podem ser extendidas até a posição da foto, o que permite uma abertura bem grande das pernas. O problema é que às vezes as pernas escapam ao movê-las. As articulações são firmes, mas às vezes isso acontece.






- RIDER HENSHIN!!! TÔH!!!

Um dos elementos introduzidos pelo Kamen Rider foi uma seqüência de movimentos usada pelo herói para se transformar (para ser mais exato, foi introduzido pelo Kamen Rider Nº 2). O modelo consegue reproduzir essa seqüência sem problemas. Note que alguns movimentos são parecidos com os do Kamen Rider Black.



Apesar de ser um personagem de quarenta anos atrás, esse visual ainda funciona bem nos dias de hoje.



No começo, o Kamen Rider usava uma pose assim para desafiar seus inimigos.



Além dos socos e chutes, o Kamen Rider contava com vários tipos de arremessos como o Rider Scissors...



... e o Rider Hammer.




Também temos o Rider Head Crusher. De fato, é dito que o primeiro Kamen Rider possui quarenta e oito golpes mortais.





O cachecol pode ser substituído por este, modelado para parecer tremular ao vento. Bom para cenas mais dinâmicas.




O modelo vem com essa peça de efeito para ser colocada no pé da figura.





Com isso é possível reproduzir o Rider Kick (o Golpe Louva-a-Deus original), o golpe fatal do Kamen Rider. A peça não fica presa no pé, mas apenas colocada. Ela também é pontuda e frágil e por isso deve ser manipulada com cuidado.




A peça também pode ser usada para simular o Rider dando um soco no chão ou usando o Rider Punch (Golpe Insecto original).



De lado fica até bem, mas visto de frente...





Como foi dito antes, o Kamen Rider não usa armas, mas o modelo vem com essa espada de soldado do Shocker. O Kamen Rider algumas vezes roubava a arma do inimigo e a usava contra ele próprio. A modelagem é incrível, com uma microscópica modelagem de cabeça de águia na ponta do cabo. O modelo também inclui uma mão especial para segurar.



Kamen Rider era versado em várias artes de combate. Foi com uma espada dessas que ele enfrentou a Hachi Onna ("Mulher Abelha") em um duelo de esgrima.



Com uma espada, ele também podia derrotar de uma vez vários inimigos que o cercassem.



O modelo vem com duas mãos de segurar objetos, o que é bem útil.



Kamen Rider. Há 40 anos defendendo a liberdade da humanidade.



"Super Herói Ultraman Kamen Rider 8 Guerreiros". Será que um dia não sai um filme assim?

Uma coisa que não pode faltar no Kamen Rider: a motocicleta. É ela que faz o nome do herói ter sentido e é sua maior aliada na luta contra o mal. O primeiro Kamen Rider contava com a Cyclone, uma poderosa motocicleta que não podia ser controlada por um ser humano normal devido à sua monstruosa potência. Somente um ciborgue como o Kamen Rider poderia pilotá-la e utilizar todo o seu poder. No começo, o Kamen Rider precisava subir em sua motocicleta e correr para acumular energia eólica o suficiente para se transformar. Mais tarde, ele passou a usar uma "pose de transformação". Mesmo assim, a motocicleta continuou desempenhando um papel fundamental como seu veículo e em várias cenas de ação.

Este modelo na verdade é baseado na versão usada no filme Kamen Rider The First, um remake do primeiro Kamen Rider, feito em 2005. O desenho é diferente do original de 1971, mas as cores ajudam a dar o clima. Ainda, foi uma das poucas motos que não tiveram venda exclusiva na loja da Bandai, o que faz com que seja relativamente fácil de ser encontrada.

Visão de corpo inteiro. Uma versão mais estilizada e limpa do Cyclone original. As linhas são arrojadas e denotam uma moto de alta velocidade. A pintura é bonita e a coloração em degradê dos escapamentos chamam bastante a atenção.




Visão de outros ângulos. O tamanho é mais ou menos o mesmo de um modelo em escala 1/12.



As lanternas são bem detalhadas e as partes em vermelho usam pintura metálica. Também podemos ver o símbolo do Kamen Rider, que lembra uma cabeça de inseto misturada com uma moto em cima de uma letra "R". O inseto também se parece com uma letra "T" e pode ser interpretado como o símbolo da Tachibana Racing.



O painel possui detalhes esculpidos, mas nenhuma pintura ou adesivo simulando marcadores ou velocímetros. Interessante que a moto não tem espelho retrovisor.





O modelo é bem detalhado, até com os freios nas rodas.




Um detalhe interessante é que os escapamentos possuem silenciadores e filtros. No seriado de 1971, a Cyclone era uma máquina bem barulhenta e que soltava bastante fumaça dos escapamentos. Mas foi necessário fazer modificações para atender às necessidades dos dias de hoje. Isso não é um aspecto negativo, mas era bom ouvir o som da moto anunciando a chegada do Kamen Rider.





O modelo tem um pé retratil, mas também vem com um suporte em acrílico para manter a moto em pé para simular as cenas em que ela corre.






Os guidões podem ser substituídos por outros feitos com material maleável nas alavancas. Com isso é possível simular o Kamen Rider freando a moto.



Colocando o Kamen Rider. Como o modelo foi feito para ser usado pelas figuras da série FiguArts, fica perfeito.



Apesar de ter sido feito para a versão "The First", o Kamen Rider clássico fica bem nele. Ainda, a versão clássica leva vantagem sobre a "The First", que não vinha com mãos para segurar o guidão.



As coxas se encaixam direitinho nas cavidades do tanque de combustível e é isso que faz com que a figura caiba na moto.




A parte de trás da moto possui uma suspensão. Essa característica também está presente em modelos escala 1/12 da Maisto. Ainda, podemos notar que a traseira da figura não encosta totalmente no banco.




Junto com os outros Kamen Riders. Todos juntos em suas motos são uma visão de se admirar (mesmo que sejam improvisadas).




A moto pode ser usada sem problemas por outros modelos da série SH FiguArts.



figmas de tamanho médio também podem usar sem grandes problemas, desde que não tenham adereços como saias ou cabelos compridos sem articulação.



Como era de se esperar, Ultra Acts são grandes demais para a moto.



Mesmo assim dá para enganar bem para cenas simulando o especial para vídeo Ultraman vs Kamen Rider de 1993, na qual o Ultraman aparece pilotando a Cyclone e o Kamen Rider faz a pose do Ultraman.

Lutamos juntos por um mesmo ideal!

E assim tivemos as apresentações das versões SH FiguArts do Kamen Rider Nº 1 e da Cyclone. Ambas são perfeitas. O Kamen Rider Nº 1 nunca foi tão bem representado. Mais perfeito que isso, talvez só uma versão 1/6. Mesmo assim, a versão SH FiguArts leva vantagem por vir com uma peça de efeito para o Rider Kick e mais acessórios. Ainda, por ser mais compacta é mais fácil para expor com a motocicleta. Os detalhes moldados são soberbos e até as imperfeições na proporção, como a cabeça grande, são reproduzidos. Nesses pontos, ele se aproxima bastante da linha Ultra Act, o que para mim é bastante positivo. Também é gostoso poder utilizar uma moto feita especialmente para o modelo sem precisar improvisar. A figura se encaixa perfeitamente ao veículo, dando uma sensação de unicidade. Ainda, a moto não é um item exclusivo e pode ser comprada sem precisar pagar um preço exorbitante. O Kamen Rider é altamente recomendável e fica ainda melhor com a moto junto.

Ultraman e Kamen Rider dançando O Lago dos Cisnes?